sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Tempestade

Continuo esperando ansiosamente te encontrar  pela manhã com o cabelo caído sobre o rosto dividindo o travesseiro comigo numa pequena cama de solteiro onde eu esteja me encolhendo enquanto você ocupa setenta por cento do espaço. Isso caracteriza uma série de frustrações por acordar no meio da noite e ter sonhado com você adormecido ao meu lado, te procuro e tudo que encontro é o lençol desarrumado com cheiro de sono. Mais uma vez fecho os olhos pra tentar resgatar o sonho de onde parei, abraço apertado a ponta do cobertor, quero esquecer que não está ali. Chego a delirar naquela transição do sono profundo para o acordar repentino, passo os olhos pelo quarto e não te vejo, no sonho você dizia que ia pra casa mas voltava depois, tento acreditar nisso, passo o dia todo pensando que você só está fora mas a noite voltará pra casa... você só foi até ali e já volta.
Parece que algo explodiu dentro de mim, todo um mar de insegurança me inundou.
Continuo esperando ansiosamente tua mão segurando a minha mão enquanto passeamos por aquelas ruas de calçamento no fim do outono... quando ainda existem folhas pelo chão, mas o frio já passa a ser mas intenso.
Me vejo desarmada, derrotada, destruída, despedaçada e completamente insatisfeita. Lamento tanto que a vontade não seja suficiente, que seja preciso tanto esforço e que no momento não possamos nem sair do lugar. Eu não quero correr, não estou apressando as coisas, só quero poder caminhar do seu lado bem devagar, se for pra ficar parada que seja pra te observar e não pra viver em busca de soluções para pseudo problemas emocionais causados pela falta de algo que nunca tive.

Nenhum comentário:

Postar um comentário