quarta-feira, 22 de setembro de 2010

As lágrimas secaram

como uma rosa no meio de um livro.
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Sua boca secou, suas palavras secaram e seus olhos permanecem abertos mesmo quando você os fecha.
Você dorme para tentar fugir, mas não adianta, não é? Você anda pela casa, come, liga a TV, desliga, fica no computador, coloca uma música, você cansa. Você deita na cama com uma única coisa em mente "tomara que amanhã eu esteja melhor", e nunca está.
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Eu estou sufocada, eu mesma me sufoco, as palavras na minha garganta atrapalham toda vez que sento na mesa para uma refeição, eu engasgo. O ar sujo pela vergonha não deixa respirar e meus pulmões imploram por ar puro. Eu queria vomitar as palavras, letra por letra, mas quando tento, a ânsia passa.
Eu queria nem precisar falar, eu queria que cada ser humano presente na minha vida olhasse bem no fundo dos meus olhos e conseguisse entender como eu me sinto. Queria que entendessem que tem algumas vezes que digo "sim" querendo dizer "não" ou digo "não" morrendo de vontade de dizer "sim".
Eu não sei fingir, ou talvez saiba muito bem. Eu mudo quando estou feliz, mudo quando estou triste. Mas quando estou indiferente, eu sou apenas.. indiferente.
O jeito que as coisas acontecem faz com que cada vez eu me sinta pior.
Meu olhos se enchem de lágrimas, minha vontade é de chorar, mas eu não consigo. Você sabe o que é isso?
Chorar alivia qualquer dor, é como se amortecesse a queda, é a única coisa que poderia fazer todo esse sufoco passar, pelo menos por alguns minutos. Mas eu não consigo, é como se eu travasse e isso faz minha cabeça doer doer doer, ao ponto de quase explodir. E eu fecho os olhos e eles parecem abertos.
Sabe, eu estou cansada, eu estou desanimada.
Eu poderia resumir isso em apenas uma frase:
"Eu estou cheia de me sentir vazia."

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