segunda-feira, 7 de outubro de 2013

White

Talvez esse seja o texto mais aleatório que eu já escrevi.

Estou sentindo certo receio em codificar meus pensamentos nas próximas linhas, pois sei que hora ou outra você vai se deparar com eles e decodificá-los em alguns minutos. Quero fingir que não vai ler, quero pedir que, se você encontrar algum pedaço teu no meio das minhas frases mal elaboradas, não me questione, não se questione, é apenas o meu monólogo. 

Coloquei pra tocar uma música que sei que você gosta, seguida de uma que eu meio que "viciei", acho que sou detalhista demais, já me falaram que isso pode ser costume por causa das tentativas de melhorar cada vez mais o realismo nos desenhos, por isso acho que vejo a necessidade de citar que fico girando na cadeira  e cantando baixo o refrão de cada música. Odeio encontrar pessoas que me deixam com essa sensação estranha, odeio essa sensação, porque isso tudo me traz medo da situação, aquele medo idiota de não saber o que dizer ou o que fazer em relação a isso e ao mesmo tempo não saber se é preciso dizer ou fazer algo. Posso dizer que eu sabia? Posso dizer que algo me dizia que era você? Poderia ser qualquer outra pessoa, mas por que na hora já pensei em você? Me lembra aquela música dos Engenheiros do Hawaii, "ontem a noite eu conheci uma guria que eu já conhecia de outros carnavais, com outras fantasias", porque, não é possível, mas eu já te conhecia de outros tempos. Poucos minutos e não consigo deletar a imagem dos movimentos ao andar e tomar um gole de cerveja, gostaria que tivesse durado mais tempo, que tivesse acontecido mais de perto. Já estou desistindo de postar esse texto, porque pareço desesperada, apressada e ansiosa demais. Na verdade falei tudo isso pra poder concluir que me sinto bem, que me sinto mais eu, que não tenho receio em ser eu mesma, que sinto a liberdade de ser natural com você, sem medo do que pensaria de mim, sem medo de ser, de não ser, sem medo de deixar que me conheça, sem medo de conhecer você.

Gosto de pessoas comunicativas, gosto de conversas, diálogos sobre assuntos diversos, mas as pessoas costumam entender isso de maneira errada, achando que eu só preciso que alguém fale comigo o tempo todo, mas não, eu quero pessoas que dissertem sobre assuntos, que levantem questões, que gastem um pouco de tempo pensando e analisando coisas. Não exijo tanto assim das pessoas como parece, só gosto de quem me responde com frases e palavras diferentes, gosto de ver a pessoa ali, detesto frases prontas, respostas automáticas pra questões complexas. Tudo isso tem sido um grande problema no meu convívio com alguns indivíduos, talvez isso prejudique bastante o meu relacionamento com eles no dia-a-dia.

Gosto de observar as pessoas tanto quanto gosto de observar o céu, gosto de movimentos, de como se ergue levemente apenas um canto da boca ou apenas uma das sobrancelhas, os olhos cansados, as olheiras, eu gosto bastante de mãos também, é provável que, em alguma oportunidade obscura, eu peça pra ver tua barriga, eu gosto de barrigas, assim como gosto de pescoços e brincos de argola em tamanho pequeno ou médio. Também tenho um interesse imenso em antebraços e joelhos, gosto de quem se veste com aquele jeito largado, porque normalmente surpreendem ao colocar uma camisa e um blazer. Já devo ter comentado que adoro cabelos, de preferência bagunçados e de comprimento médio, castanhos e com pontas irregulares.

Detesto falar alguns dos meus gostos em algo de acesso público, sempre tem algum idiota que vem falar coisas do tipo "ai, também gosto disso hihihi". Não quero que algo aqui seja motivo pra alguém falar comigo ou tentar se aproximar de mim, consigo perceber perfeitamente quando tenho gostos em comum com alguém ou quando essa pessoa desperta algo em mim.

Estou repetindo muitas palavras nesse texto e isso está realmente me incomodando. Não consigo pensar em como terminar isso, pois não estou falando de um assunto específico. Espero que ninguém se assuste com esse desabafo disfarçado de parágrafos avulsos e devaneios, voltaremos com a programação tradicional em breve.

Gostaria de dizer que quero terminar essa conversa numa mesa de bar, num lugar qualquer, numa madrugada desse mês, com várias risadas e sem hora pra voltar pra casa.
Escolhi minha cor favorita, porque em algum lugar no mundo o Branco deve significar o caos interno dessa desordem psicológica que eu estou sentindo (não que isso seja ruim, me sinto bem, parece que é bom estar sentindo essa confusão aqui dentro da minha cabeça e acho que "desordem" não seria correto, porque é muito relativo o uso desse termo, mas entrar nesse assunto seria bastante complexo e inadequado nesse momento, então fiquemos com o sentido comum da palavra mesmo). 
De alguma maneira estranha você me parece suave e barulhento, ao mesmo tempo, assim como as músicas do Nirvana e isso é muito bom.

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