sábado, 3 de dezembro de 2011

Não sei

Não estou conseguindo entender o se passa na minha própria mente. Talvez eu á tenha dito isso por aqui, mas quem sabe eu precise repetir pra provar que tudo continua igual. Reclamei das incertezas, reclamei das dúvidas e do futuro abstrato. Reclamei de como aquilo doía e me fazia enlouquecer aos poucos. parece tão infantil reclamar disso, mas cheguei numa das transições da vida, na etapa que tudo vai mudar. Meu pai dizendo que não vou conseguir arrumar um serviço, minha mãe orgulhosa pelos próximos quatro anos. Tudo mudando devagar, trabalhos, notas, provas finais. Você já percebeu que eu não consigo terminar as coisas? Sejam frases, textos, desenhos, o café na xícara, as músicas... Sempre falta, sempre sobra, ou passa do ponto final ou acaba antes. Uma vida cheia de reticências, nada por aqui tem fim, sempre um nova virgula ou um novo ponto para outra frase aleatória começar. Queria conseguir dizer tudo que eu sinto que é necessário, é como aquelas cenas de uma história que você criou passam na sua cabeça... tudo parece tão simples, mas quando você tentar gravar nada se parece com o que você imaginou, por mais que sua imaginação não vá além de um quarto escuro por causa de uma luz fraca. É uma espécie de bloqueio psicológico que faz com que os dedos travados pelo medo do erro não deslizem no papel. Tenho essa mania ridícula de pensar demais nas coisas, de analisar tudo que for possível e, por isso, ao deitar a cabeça no travesseiro com os olhos fechados um filme da minha vida se passa. Eu perco o sono. Ou eu durmo demais. Aí eu me pergunto, qual seria a minha Soma? Seria em um sono calmo e longo que eu encontraria a felicidade? Eu poderia citar algo que li em Mr Blues & Lady Jazz?! Seria um sonho ou seria real? E se tudo que pensamos que é real for, na verdade, imaginação? E se a verdade for que quando supostamente dormimos estamos no mundo real?... Esse livro é ótimo. E é essa a verdade, não são as respostas certas que mudam as coisas e sim as perguntas certas. Como eu posso saber quem eu realmente sou se eu posso criar qualquer coisa que eu queira ser? Como um personagem dentro de um livro, como um sonho onde sua família some e você permanece em casa gritando no portão enquanto os vizinhos correm, carros da polícia e ambulâncias passam de um lado para o outro, coisas pegam fogo e a fumaça cobre o entardecer. E você acorda...

"Nem minhas olheiras aguentam mais, cansadas de me ouvir reclamar a noite toda."


Créditos: Nick Farewell, pelo livro magnífico.
Leandro do My Cut Dreams, pelo verso lindo que li no blog dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário